A figueira sem frutos (Mateus 21:18-22)

De manhã cedo, quando voltava para a cidade, Jesus teve fome. Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas nada encontrou, a não ser folhas. Então lhe disse: “Nunca mais dê frutos! ” Imediatamente a árvore secou.
Ao verem isso, os discípulos ficaram espantados e perguntaram: “Como a figueira secou tão depressa? “
Jesus respondeu: “Eu lhes asseguro que, se vocês tiverem fé e não duvidarem, poderão fazer não somente o que foi feito à figueira, mas também dizer a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e assim será feito. E tudo o que pedirem em oração, se crerem, vocês receberão”.
Mateus 21:18-22 NVI

figueira

 

Esse acontecimento, narrado nos evangelhos de Mateus e Marcos, é muito rico em ensinamentos de Jesus. Em uma leitura superficial, podemos ficar surpresos e até mesmo confusos com a atitude de Jesus perante a figueira sem frutos.
Na narrativa do evangelho de Marcos, uma informação importante é acrescentada: não era tempo de figos (Mc 11:13). Se a árvore não estava no seu período de dar frutos, por que então Jesus amaldiçoou a figueira, de modo que ela nunca mais desse frutos? Não seria mais fácil ele abençoá-la para que frutificasse? Para chegarmos a essa resposta, é preciso entender alguns pontos.

figueira 2No caso da figueira, os frutos aparecem antes da árvore ficar repleta de folhas. O fato dessa figueira apresentar folhas, indicava que ela já teria frutos também. Compreendemos que Jesus não amaldiçoou a figueira pelo simples fato dela não apresentar frutos, mas sim pela sua aparência enganosa de “frutífera”. Essas folhas sem frutos indicavam uma promessa vazia.
Os maiores inimigos de Jesus foram os mestres da Lei e os fariseus, que aparentavam ser algo, que na realidade não eram. Eram “homens de Deus”, conhecedores da Lei e religiosos, porém tudo isso não passava de aparência. Tramavam matar Jesus. Várias vezes, Jesus os chama de hipócritas (Mt 23). Uma pessoa hipócrita é dissimulada, finge ser algo que não é.

A figueira também é usada na bíblia para representar a nação de Israel (Mq 7:16; Jr 8:13 e 24:3-7; Mt 24:32-33). Apesar dessa nação, ao decorrer da história, ter experimentado o sobrenatural de Deus, Israel não reconheceu Jesus como o Messias. Era uma nação estéril espiritualmente.

Jesus usou a palavra para secar a figueira. A palavra de Deus diz, em Provérbios 18:21, que “a língua tem poder sobre a vida e sobre a morte”. Nossas palavras são a expressão dos nossos pensamentos e sentimentos. Com a palavra podemos abençoar e amaldiçoar, construir e destruir sonhos.
Há uma passagem no evangelho de Marcos 7:1-23, na qual os fariseus e os mestres da Lei, perguntam para Jesus  porque que seus discípulos não lavavam as mãos antes de comer, como mandava a tradição dos líderes religiosos. E Jesus deixa claro que o que torna o homem impuro não é o que entra pela boca, mas sim o que sai por ela, pois é fruto dos nossos pensamentos e sentimentos.
Nossas palavras são orações. Portanto, devemos vigiar para que nossas palavras semeiem vida e estejam em concordância com a vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável (Rm 12:2).

 

A decisão pelo Perdão (Mateus 6:14-15)

Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas. 

Mateus 6:14,15 NVI

A cruz de cristoperdão.jpg

A palavra de Deus diz que, quando nos arrependemos e confessamos nossos pecados a Deus, Ele nos perdoa e nos purifica de toda injustiça (1 Jo 1:9). Jesus Cristo, no sermão do monte, ensina que Deus nos perdoará se, da mesma maneira, perdoarmos aqueles que nos ofendem (Mt 6:14-15).

Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Rm 3:23). Separados de Deus, nosso destino é a morte espiritual (Rm 6:23). Deus, por sua graça suprema, nos amou tanto que entregou o seu Filho Amado para sofrer em nosso lugar, para levar sobre ele o castigo que deveria ser nosso. A partir do momento em que Cristo foi entregue pelos nossos pecados, e morreu em nosso lugar, fomos justificados. Isso significa que quando Deus olha para nós, como pecadores, Ele enxerga a marca do sangue do Cordeiro, que nos lavou e nos purificou (1 Jo 1:7). Mesmo sem merecermos, o sacrifício perfeito foi feito. Isso é graça: favor imerecido de Deus para conosco!

Porém, apenas podemos desfrutar do perdão de Deus, se assim como Ele nos perdoou, perdoarmos também aqueles que nos ferem e nos magoam.

O capítulo 18 do livro de Mateus nos explica muito sobre perdão. No versículo 21, o apóstolo Pedro pergunta para Jesus: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?”. E a resposta que Jesus dá, no versículo 22 é a seguinte: “Eu lhe digo: não até sete, mas até setenta vezes sete.”. Mas, o que Jesus quis dizer aqui com esses números? Para esse entendimento, precisamos antes compreender um pouco da simbologia dos números para o judeu. Na bíblia, o número 7 significa plenitude, totalidade.  O número 70 está ligado ao juízo e ao perdão. Perdoar 70×7 não significa perdoar 490 vezes, mas sim perdoar sem cessar.

A falta do perdão adoece o espírito, o psicológico e o físico. Não perdoar é como tomar veneno esperando que o outro morra. Na maioria das vezes, o que nos impede de perdoar é o orgulho, o egoísmo e o amor próprio. É o achar-se melhor que o outro: “Ah, mas olha o que Fulano me fez!”, “Mas o que Beltrano me causou é demais para ser perdoado”. Jesus usa a parábola do credor incompassivo para mostrar que não há nível de ofensa. Toda e qualquer ofensa deve ser perdoada:

“Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos. Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata. Como não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. “O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. “Mas quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Pague-me o que me deve! ’ “Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: ‘Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei’. “Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido. “Então o senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você? ’Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. “Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão”. (Mateus 18:23-35 NVI)

Quando somos ofendidos ou magoados por alguém, esquecemos que nós também causamos danos aos outros. E pior, quando pelos nossos pecados e pela nossa desobediência, nós machucamos o coração de Deus? Deus nos amou tanto, que entregou o seu Filho Unigênito em nosso lugar, para sofrer, para pagar pelos nossos pecados, carregar sobre os ombros toda a nossa culpa. E isso foi feito para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna (Jo 3:16). Essa é a maior prova do amor incondicional de Deus por nós! O plano de salvação de Deus incluiu Ele entregar seu Filho perfeito e amado em nosso lugar, como sacrifício. Deus quer ter comunhão conosco. E quando não liberamos perdão aqueles que nos machucaram, essa comunhão com Deus é impedida (Mt 5:23-24).

Perdoar não é esquecer – isso é amnésia! Perdoar é lembrar sem sentir dor, mágoa ou ressentimento. Perdoar não é sentimento, mas sim decisão! Precisamos entender que humilhar-se perante Deus e perante aos que nos ofenderam não é algo pejorativo. Humilhar-se é render-se a Deus, é ter um coração quebrantado e manso.

Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão. (1 João 4:20,21 NVI)

O perdão é um exercício diário. Todos os dias precisamos do perdão de Deus e, da mesma maneira precisamos perdoar e pedir perdão também àqueles que nos são próximo. Perdoar é dom de Deus, é ter comunhão com o Pai e ser templo do Espírito Santo. Precisamos perdoar para sermos perdoados pelo nosso Pai.

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